20/09/2012

Trocadores de marcha: alavanca


Estes sistemas eram para poucas marchas, fazendo com que o ciclista tivesse que abaixar diversas vezes pois estas alavancas ficavam junto ao set tube. Inicialmente apenas o cambio traseiro tinha uma alavanca remota, o dianteiro continuava com uma alavanca com ação direta, ficando assim conhecido como “suicide gears”.


 O 1º sistema eficiente para troca de marchas foi inventado por Tuilo Campagnolo, nessa época as bikes não possuiam roda livre, isso impossibilitava que o ciclista pudesse parar de pedalar nas descidas, e para que a troca de marchas fosse feita era questão de virar rapidamente uma roda que tinha um pinhão em cada lado. Alguns anos depois as rodas livres foram inventadas, então começaram a colocar dois ou mais pinhões no lado direito da roda, isso dificultava tensionar a corrente, surgindo assim o que viraria a ser o 1º cambio descarrilhador.



 A 1ª vez que vi um destes foi no filme Quicksilver – O Prazer de Ganhar de 1986 com Kevin Bacon. Ele aparece logo em uma das primeiras cenas do filme, no qual o personagem dele esta em um taxi e pede pro motorista apostar uma corrida com o ciclista que esta andando ao seu lado.
 
Fiquei espantado como funcionava o sistema, qual seria o tipo e tal, mas nunca soube realmente o que era aquilo tudo. Até que vi novamente o mesmo sistema sendo utilizado em outro filme, desta vez foi no American Flyers de 1985 com Kevin Costner. E ele aparece em uma das cenas em que Kevin e seu irmão estão “apostando” corrida com 2 homens montados em seus cavalo
Bom, agora chega de falar sobre os filmes em que ele aparece e vamos falar sobre ele em si.
E aos poucos o sistema foi evoluindo e se refinando, chegando a um modelo confiável e à prova de falhas, o que é excelente pois ele funciona caso o ciclista tome um tombo e quebre ou desregule o sistema, e assim funcionou durante décadas. Primeiro sem o sistema de fricção, no qual o ciclista trocava de marchas conforme suas necessidades e sensibilidade, regulando a alavanca para mais ou para menos, e quando a marcha não encaixava fazia o famoso tec-tec.

Para ser instalado, o sistema precisava que 2 pivos sejam soldados ao quadro, 1 para cada alavanca nos mais diversos lugares do quadro, braçadeiras, sobre o guidão, ou seja, onde for melhor para o ciclista. A facilidade de ter um sistema desses sobre o guidão é muito melhor, pois não há a necessidade do ciclista ter que tirar as mãos do mesmo, pois dependendo da velocidade em que estiver, o controle da bike é fundamental para evitar uma serie de acidentes mais graves.
Este sistema é o único entre os existentes que possui maior confiabilidade, simplicidade e leveza. E também o único que caso pare de funcionar e/ou precise de reparos a possibilidade de desindexar a alavanca e usar a bike sem nenhum problema. Fazendo que esses trocadores sejam produzidos ate hoje, mesmo que não sejam utilizados nas competições atualmente.
Esses trocadores são o principal alvo dos ciclistas mais preocupados com a confiabilidade das peças, pois muitos deles viajam muito em cima de suas bikes e muitas vezes não podem contar com manutenção, e por isso optam por durabilidade do ao invez de precisão e rapidez na troca das marchas.